Pensão Alimentícia em Caso de União Estável: Quais São os Direitos do Filho e da Mãe

Pensão alimentícia em caso de união estável, mãe abraça o filho no sofá, simbolizando proteção e sustento
Mãe acolhe o filho no sofá, representando cuidado e sustento após o fim da união estável.

A pensão alimentícia em caso de união estável é um tema que gera muitas dúvidas. Afinal, quais são os direitos do filho e da mãe quando os pais decidem se separar? Como funciona a cobrança e quem tem a obrigação de pagar? Essas perguntas são comuns em situações de fim de relacionamento e precisam ser respondidas de forma clara, pois envolvem diretamente o sustento e o bem-estar de crianças e adolescentes.

Neste artigo, vamos explicar de maneira acessível e completa como a lei brasileira trata a pensão alimentícia em casos de união estável, quais são os direitos garantidos aos filhos, em que situações a mãe também pode ter direito a alimentos e como buscar esse direito na Justiça.

O que é a pensão alimentícia?

Antes de entrar na união estável, é importante entender o conceito de pensão alimentícia. Ela é uma obrigação legal de prover recursos para garantir necessidades básicas, como alimentação, moradia, saúde, lazer, educação e vestuário.

Na prática, a pensão vai além de “comida”: inclui tudo o que é necessário para que a criança tenha um desenvolvimento digno.

Pensão alimentícia em caso de união estável

A união estável é reconhecida pela lei brasileira como uma entidade familiar (art. 1.723 do Código Civil). Isso significa que, embora não seja casamento formal, gera direitos e deveres semelhantes.

Quando há filhos na união estável, a separação não elimina a responsabilidade dos pais. O dever de sustento continua existindo e deve ser cumprido por ambos, de forma proporcional à capacidade financeira de cada um.

Em outras palavras: a pensão alimentícia em caso de união estável funciona da mesma forma que no casamento. A diferença está apenas na formalização da união, mas os direitos dos filhos são exatamente os mesmos.

Quais são os direitos do filho?

O filho é sempre o principal beneficiário da pensão alimentícia. A Constituição Federal (art. 227) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garantem prioridade absoluta ao interesse da criança e do adolescente.

Isso significa que:

  • Os filhos têm direito à pensão, independentemente de terem nascido durante o casamento ou na união estável.
  • O valor da pensão deve levar em conta o binômio necessidade x possibilidade: aquilo que a criança precisa para viver com dignidade e aquilo que o genitor tem condições de pagar.
  • O pagamento da pensão é obrigatório até os 18 anos. Em alguns casos, pode se estender até os 24 anos se o filho estiver estudando.
  • Filhos com deficiência ou doenças que impeçam a autossuficiência podem ter direito a pensão sem limite de idade.

👉 Para se aprofundar, você pode ler também: Filhos Maiores Têm Direito à Pensão? Saiba em quais situações.

A mãe pode ter direito à pensão?

Além dos filhos, a mãe também pode ter direito a alimentos em certas situações. Isso acontece quando a mulher se encontra em situação de vulnerabilidade econômica após o fim da união estável.

Por exemplo:

  • Se a mãe deixou de trabalhar para cuidar dos filhos e, após a separação, não consegue se reinserir no mercado de trabalho.
  • Se a mãe está grávida: nesse caso, o pai deve arcar com as despesas do período gestacional (alimentação especial, consultas médicas, exames, medicamentos).

Esse direito é chamado de alimentos gravídicos (Lei 11.804/2008). Depois do nascimento, os alimentos se transformam em pensão alimentícia para o filho.

👉 Leia também: Pensão Para Ex-Cônjuge: Quando é Devida e Como Funciona.

Como é definido o valor da pensão?

Não existe um valor fixo na lei. O juiz analisa cada caso considerando:

  • A renda do pai ou da mãe que paga.
  • As despesas reais do filho (escola, saúde, moradia, transporte, lazer).
  • O padrão de vida que a criança tinha durante a união.

Em muitos casos, a Justiça adota como parâmetro entre 20% e 30% da renda líquida do genitor, mas isso não é regra. O valor pode ser maior ou menor, dependendo das provas apresentadas.

👉 Veja mais detalhes em: Cálculo de Pensão Alimentícia: Como Funciona e O Que Considerar.

O que fazer em caso de descumprimento?

Se o genitor obrigado a pagar pensão alimentícia deixar de cumprir com o dever, a mãe ou o responsável legal pode:

  • Entrar com execução de alimentos, pedindo bloqueio de valores em conta bancária ou penhora de bens.
  • Solicitar prisão civil do devedor (art. 528 do Código de Processo Civil), se houver atraso de até 3 parcelas consecutivas.
  • Negociar revisão ou acordo extrajudicial, se houver mudança na situação financeira das partes.

👉 Veja mais em: Pensão Alimentícia Atrasada: O Que Fazer e Como Cobrar.

Exemplo prático

Imagine que Ana e João viveram em união estável por 6 anos e tiveram uma filha. Após a separação, João saiu de casa e parou de contribuir com as despesas. Ana, que tinha deixado o emprego para cuidar da filha, ficou sem renda suficiente.

Nesse caso:

  • João deve pagar pensão alimentícia para a filha.
  • Ana pode solicitar alimentos transitórios, até conseguir se reinserir no mercado de trabalho.

Fontes legais e confiáveis

  • Código Civil (Lei 10.406/2002) – arts. 1.694 a 1.710 (alimentos) e art. 1.723 (união estável).
  • Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei 8.069/1990).
  • Lei 11.804/2008 – alimentos gravídicos.
  • Constituição Federal de 1988 – art. 227 (proteção integral à criança e ao adolescente).

👉 Para consulta oficial, acesse o portal Planalto.

Conclusão

A pensão alimentícia em caso de união estável garante os mesmos direitos que em um casamento. Os filhos sempre terão prioridade, e a mãe pode ter direito a alimentos em situações específicas de vulnerabilidade ou durante a gestação.

Entender essas regras é essencial para proteger o melhor interesse da criança e assegurar que nenhum direito seja violado.

Resumo prático (Checklist)

  • União estável gera direito a pensão da mesma forma que o casamento.
  • Os filhos têm direito à pensão até 18 anos (ou mais em alguns casos).
  • A mãe pode ter direito a alimentos gravídicos ou transitórios.
  • O valor da pensão depende do binômio necessidade x possibilidade.
  • O não pagamento pode gerar execução, bloqueio de bens e até prisão.

Perguntas Frequentes:

A pensão em união estável é diferente da pensão no casamento?

Não. O direito é o mesmo, já que ambos são formas de família reconhecidas pela lei.

A mãe sempre terá direito à pensão após a separação?

Não. Apenas em casos de vulnerabilidade econômica ou durante a gravidez.

O valor da pensão é sempre 30% do salário?

Não. Esse é apenas um parâmetro usado em alguns casos. O valor real depende da análise do juizNão. Esse é apenas um parâmetro usado em alguns casos. O valor real depende da análise do juiz.

O que fazer se o pai não pagar a pensão?

É possível entrar com execução de alimentos, pedir bloqueio de valores e até prisão do devedor.

É possível revisar o valor da pensão depois de fixado?

Sim. Tanto quem paga quanto quem recebe podem pedir revisão, caso haja mudança financeira.

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