Pensão Alimentícia: Filho maior pode pedir mesmo trabalhando?

Filho maior trabalhando em supermercado com uniforme e tablet na mão
Mesmo com trabalho, filhos maiores de idade podem ter direito à pensão alimentícia, dependendo da situação.

A pensão alimentícia não é um direito exclusivo de menores de idade. Mesmo após completar 18 anos, o filho ainda pode receber alimentos, desde que comprove a necessidade e a dependência financeira. Neste artigo, explicamos quando a pensão alimentícia pode continuar mesmo que o filho maior esteja trabalhando, o que a lei prevê e quais cuidados tomar.

O que é a pensão alimentícia

A pensão alimentícia é o valor destinado à manutenção das necessidades básicas de quem não pode prover o próprio sustento, conforme os artigos 1.694 e 1.695 do Código Civil. Ela se baseia no equilíbrio entre a necessidade de quem recebe e a possibilidade de quem paga.

A maioridade extingue automaticamente a pensão?

Não. A Súmula 358 do STJ estabelece que o fim da pensão alimentícia não ocorre de forma automática ao atingir a maioridade. É necessário que o responsável pela pensão ingresse com ação judicial de exoneração de alimentos, garantindo o contraditório.

Filho maior pode pedir pensão mesmo trabalhando?

Sim, desde que o trabalho não seja suficiente para garantir seu sustento ou conclusão dos estudos. A jurisprudência entende que o filho pode continuar recebendo a pensão se os rendimentos forem baixos ou temporários, como em estágios ou contratos curtos.

Por outro lado, quando o filho alcança independência financeira, o juiz pode entender que o dever dos pais cessou, extinguindo a obrigação.

Critérios analisados pelo juiz

Ao analisar um pedido de pensão para filho maior, o juiz considera três elementos:

  1. Necessidade: se o filho depende economicamente para custear estudos, moradia ou saúde.
  2. Possibilidade: se o pai ou mãe tem condições financeiras de manter o pagamento.
  3. Razoabilidade: se a manutenção da pensão faz sentido diante da idade, formação e contexto do filho.

Esses fatores devem ser comprovados com documentos e declarações.

Casos em que o direito costuma ser mantido

  • Filhos que cursam ensino técnico ou superior e ainda não têm renda suficiente.
  • Jovens em estágio com remuneração baixa.
  • Filhos com deficiência ou doença incapacitante, mesmo após a maioridade.

Casos em que o direito pode ser encerrado

  • Quando o filho já concluiu a formação e possui renda suficiente.
  • Quando constitui família, casa-se ou passa a viver em união estável.
  • Quando deixa de demonstrar necessidade econômica.

Como solicitar ou manter a pensão

  1. Reunir documentos que comprovem dependência financeira (comprovantes de estudo, renda e despesas).
  2. Consultar advogado de família para analisar o caso.
  3. Entrar com ação de alimentos ou de revisão, conforme a situação.
  4. Em caso de exoneração, o pedido deve ser judicial — o alimentante não pode simplesmente deixar de pagar.

Quais documentos apresentar

  • RG e CPF do filho maior.
  • Certidão de nascimento.
  • Comprovantes de matrícula e frequência escolar.
  • Comprovantes de renda e despesas mensais.
  • Extratos bancários e recibos de gastos essenciais.

Perguntas frequentes

O filho maior pode pedir pensão mesmo empregado?

Sim, se o salário não for suficiente para garantir o sustento básico ou os estudos.

Até que idade a pensão pode continuar?

Não há limite fixo. A jurisprudência admite, em média, até 24 anos ou enquanto o filho estiver estudando, desde que demonstrada a necessidade.

O pai pode parar de pagar ao filho maior sem decisão judicial?

Não. A interrupção sem autorização judicial pode gerar execução e cobrança retroativa.

O filho com deficiência tem direito à pensão vitalícia?

Sim. A incapacidade permanente ou deficiência pode justificar pensão sem prazo determinado.

É possível reduzir a pensão se o pai perder o emprego?

Sim, mediante ação revisional, desde que comprovada a alteração financeira.

Conclusão

A pensão alimentícia para filhos maiores exige avaliação individualizada. O fato de trabalhar não elimina, por si só, o direito ao recebimento, mas é necessário comprovar a real necessidade. Cada situação deve ser analisada com base na proporcionalidade e nas provas apresentadas.

Se quiser entender melhor quando é possível revisar ou encerrar o pagamento, leia também o artigo Revisão de Pensão Alimentícia: Como Funciona e Quando Solicitar e Pensão Alimentícia: Quem Tem Direito e Como Funciona na Prática.

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