Como Comprovar a Renda do Pai ou da Mãe na Hora de Definir a Pensão Alimentícia

Pai entregando dinheiro para mãe e filho, representando comprovação de renda para pensão alimentícia
A comprovação correta da renda do pai ou da mãe é essencial para definir uma pensão alimentícia justa e adequada às necessidades dos filhos.

A comprovação de renda é um dos pontos mais importantes em ações de Pensão Alimentícia. É com base nela que o juiz avalia quanto cada genitor pode contribuir para o sustento do filho, respeitando o equilíbrio entre a necessidade de quem recebe e a possibilidade de quem paga.

Por que é necessário comprovar a renda?

Ao definir o valor da pensão, o juiz analisa dois fatores: necessidade e possibilidade. O filho precisa demonstrar suas despesas básicas (alimentação, educação, saúde e moradia), enquanto o responsável pelo pagamento deve comprovar sua renda real.
Esse equilíbrio é o que garante uma decisão justa e proporcional para ambas as partes, conforme o artigo 1.695 do Código Civil.

Quais documentos podem ser usados para comprovar a renda?

A comprovação de renda pode ser feita de diversas formas, dependendo da situação profissional do genitor:

Empregado com carteira assinada:

  • Contracheques ou holerites
  • Carteira de Trabalho (CTPS)
  • Declaração de imposto de renda
  • Extratos bancários recentes

Servidor público:

  • Demonstrativos de pagamento emitidos pelo órgão público
  • Declaração funcional

Autônomo, profissional liberal ou empresário:

  • Declaração de imposto de renda
  • Extratos bancários
  • Notas fiscais de serviços prestados
  • Movimentações financeiras ou declaração de pró-labore
  • Recibos de clientes ou contratos de prestação de serviços

Caso não haja documentação formal, o juiz pode determinar medidas de investigação, como quebra de sigilo bancário ou solicitação de informações à Receita Federal, para apurar a real capacidade econômica do alimentante.

E se o pai ou a mãe estiver desempregado?

Mesmo em situação de desemprego, a pensão não deixa de ser devida. O juiz poderá fixar um valor compatível com o salário mínimo ou com o padrão de vida anterior da família.
Em casos assim, o alimentante pode comprovar a falta de renda com:

  • Declaração de desemprego;
  • Registro no Cadastro Único (CadÚnico);
  • Documentos de rescisão contratual;
  • Extratos bancários sem movimentações relevantes.

Posso comprovar a renda por meio de testemunhas?

Sim. Quando não há documentos suficientes, é possível apresentar testemunhas que tenham conhecimento da realidade financeira do genitor. Esse tipo de prova é complementar e pode fortalecer o pedido da parte que busca transparência na definição do valor da pensão.

O que acontece se a renda for omitida?

A omissão de renda pode levar o juiz a adotar medidas coercitivas, como:

  • Requisição de informações à Receita Federal;
  • Bloqueio de contas bancárias via sistema BacenJud;
  • Apreensão de documentos fiscais;
  • Aplicação de multa por má-fé processual.

O objetivo dessas medidas é evitar distorções e garantir que a pensão seja fixada de forma justa.

Como funciona o cálculo da pensão alimentícia?

O valor é definido conforme o binômio necessidade x possibilidade. Não existe um percentual fixo na lei, mas na prática, o juiz costuma adotar uma média baseada nas condições do caso.
O ideal é apresentar comprovação detalhada das despesas da criança (alimentação, saúde, educação e lazer), o que ajuda a embasar o pedido de forma técnica e transparente.

Para aprofundar o tema, veja o artigo: Cálculo de Pensão Alimentícia: Como Funciona e O Que Considerar

Perguntas Frequentes

É obrigatório apresentar contracheque para definir a pensão alimentícia?

Não necessariamente. A renda pode ser comprovada por outros meios, como extratos bancários, imposto de renda ou documentos fiscais.

Se o pai for autônomo, como comprovar a renda?

Por meio de notas fiscais, extratos bancários, declarações de clientes e imposto de renda. Se houver dúvida sobre o valor real, o juiz pode solicitar informações adicionais.

E se o genitor esconder parte da renda?

O juiz pode determinar a quebra de sigilo fiscal e bancário, além de requisitar informações a órgãos oficiais.

A pensão pode ser revisada depois de fixada?

Sim. Caso haja mudança na renda ou nas necessidades do filho, é possível pedir a revisão da pensão alimentícia.

Conclusão

Comprovar a renda de forma completa e transparente é essencial para garantir que a pensão alimentícia seja justa. A documentação correta evita atrasos no processo e reduz conflitos entre as partes.
Em caso de dúvida, o ideal é buscar orientação jurídica para analisar os documentos e definir a melhor estratégia de apresentação das provas.

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