Guarda Unilateral ou Compartilhada? O Que Diz a Lei e Quando Mudar

Criança no meio dos pais, que disputam a guarda, representando o conflito da guarda unilateral e compartilhada.
Disputa entre os pais pode impactar emocionalmente a criança. A guarda compartilhada pode ser uma solução para evitar conflitos.

A guarda dos filhos é um dos temas mais delicados em um divórcio ou separação. A decisão sobre quem ficará responsável pela criança pode impactar profundamente sua rotina e bem-estar. Mas qual é a melhor opção: guarda unilateral ou compartilhada?

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a guarda compartilhada tem sido cada vez mais adotada no Brasil, representando cerca de 26% dos casos em 2022. Esse número vem crescendo desde a promulgação da Lei 13.058/2014, que estabeleceu a guarda compartilhada como regra, salvo em casos excepcionais.

A legislação brasileira estabelece regras claras sobre os tipos de guarda, sempre priorizando o melhor interesse da criança. Neste artigo, vamos explicar as diferenças entre guarda unilateral e guarda compartilhada, o que diz a lei e em quais situações pode haver mudanças.

O Que É Guarda Unilateral?

A guarda unilateral acontece quando apenas um dos pais é responsável pelas decisões sobre a vida do filho, enquanto o outro mantém o direito de visita e a obrigação de pagar pensão alimentícia.

Quando a Guarda Unilateral é Concedida?

A guarda unilateral pode ser concedida nos seguintes casos:

  • Quando um dos pais não tem interesse ou condições de assumir responsabilidades;
  • Quando há risco para a criança, como histórico de violência ou abandono;
  • Quando há consenso entre os pais e o juiz considera que essa é a melhor opção.

Direitos e Deveres do Pai que Não Tem a Guarda

Mesmo sem a guarda, o outro genitor tem direitos, como:

  • Acompanhar a vida escolar e médica da criança;
  • Ter visitas regulares conforme decisão judicial;
  • Opinar sobre questões importantes da vida do filho.

O Que É Guarda Compartilhada?

A guarda compartilhada é o modelo preferencial no Brasil, conforme o Código Civil e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Nesse modelo, ambos os pais participam das decisões sobre a vida do filho, mesmo que ele resida predominantemente com um deles.

Quando a Guarda Compartilhada é Aplicada?

  • Quando ambos os pais têm condições de cuidar da criança;
  • Quando não há conflito grave entre os genitores que possa prejudicar o menor;
  • Quando a guarda unilateral não é necessária para proteger o bem-estar do filho.

Benefícios da Guarda Compartilhada

  • Maior equilíbrio na criação dos filhos;
  • Decisões conjuntas, garantindo maior participação dos dois pais;
  • Menos impacto emocional para a criança, mantendo contato frequente com ambos.

Afinal, qual a melhor escolha: guarda unilateral ou compartilhada? Para te ajudar a visualizar as principais diferenças, preparamos esta tabela. Assim, você pode comparar os detalhes e tomar uma decisão mais informada.

Característica Guarda Unilateral Guarda Compartilhada
Decisões sobre o filho Apenas um dos pais Ambos os pais
Residência da criança Com um dos pais Pode ser flexível
Participação na criação Limitada ao genitor sem guarda Igualitária
Preferência legal Apenas em casos específicos Regra geral pela lei
Possibilidade de alteração Sim, se houver justificativa Sim, se houver conflitos

Quando é Possível Mudar o Tipo de Guarda?

A alteração da guarda pode ocorrer sempre que houver justificativa para proteger o melhor interesse da criança. Algumas situações comuns incluem:

  • Mudança de comportamento do genitor responsável (como negligência ou alienação parental);
  • Melhor estrutura e condições do outro genitor para cuidar do filho;
  • Desejo expresso da criança, dependendo da idade e maturidade;
  • Conflitos excessivos entre os pais que inviabilizem a guarda compartilhada.

Para entender melhor qual tipo de guarda pode ser aplicado ao seu caso, confira a tabela abaixo. Ela destaca as principais situações e a opção mais adequada para cada uma.

📝 Situação ✅ Melhor Opção
Pais concordam e querem compartilhar responsabilidades Guarda Compartilhada
Um dos pais não tem condições de cuidar da criança Guarda Unilateral
Há histórico de violência ou negligência Guarda Unilateral
Boa relação entre os pais e equilíbrio no cuidado Guarda Compartilhada

Exemplos de Mudança na Guarda

Caso fictício 1: Ana e Marcos têm a guarda compartilhada do filho Lucas. No entanto, Marcos começa a apresentar sinais de negligência, não comparecendo às visitas e deixando de cumprir compromissos básicos com o filho. Ana entra com um pedido de mudança para guarda unilateral, que é concedido pelo juiz devido ao bem-estar da criança.

Caso fictício 2: João tem a guarda unilateral de sua filha Beatriz, pois a mãe, Carla, enfrentava dificuldades financeiras e emocionais no momento da separação. Alguns anos depois, Carla estabiliza sua situação, consegue um bom emprego e constrói um ambiente saudável para a filha. João e Carla entram em um acordo para alterar a guarda para compartilhada, proporcionando maior participação de ambos na criação de Beatriz.

Conclusão

A decisão sobre a guarda dos filhos deve sempre priorizar o bem-estar da criança. Sempre que possível, a guarda compartilhada é a melhor alternativa, garantindo a participação de ambos os pais na criação. No entanto, em casos específicos, a guarda unilateral pode ser a melhor escolha para proteger o menor.

Se você está passando por um processo de definição ou alteração de guarda, contar com um advogado especializado pode fazer toda a diferença.

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